• Capitulo 1: 1º dia de aulas
    -Vais gostar – disse-lhe a sorrir.
    -Isso sei eu, desde que lá estejas, nem me importo que seja a pior escola do mundo – mal ele acabou de dizer isto comecei logo a corar.
    -Vá, para com isso. Amanhã já vais ver como é a escola, eu gosto muito de lá andar. Olha, já agora, quando são os treinos?
    -Os treinos? Não sei ainda não me avisaram, de certeza que hoje há? O Mestre ainda não deu sinal.
    -Pois, se calhar hoje não há mas tenho medo de combinar algo e depois ter de desmarcar.
    -Deixa estar, também hoje não tenho nada planeado a não ser passar tempo contigo.
    -Pois, a mesma coisa comigo - sorri e ele beijou-me levemente na testa.
    -Bem voltando ao assunto da escola, de certeza que vais fazer muitos amigos, os da turma são muito simpáticos e… - de repente lembrei-me – Olha, tu escolhes o quê? Francês ou Espanhol e Arte ou Música?
    -Arte, tu sabes que adoro pintar e desenhar e Francês, porque já tive na antiga escola – disse-me sorrindo.
    -Que bom! Foram essas que eu escolhi e podes-me dar uma ajuda no Francês, parece-me uma língua complicada.
    -Só mesmo a pronuncia, a gramática é como o português, difícil.
    - Obrigado por me especificares, já agora vamos para outro lado, para a sombra? Está aqui muito calor…
    -Claro, olha bora buscar alguma coisa para beber? Estou cheio de sede e tu?
    -Também, preferes um sumo ou água?
    -Água.
    -Olha, queres que vá buscar ou ?...
    -Prefiro o ou.
    -Pois, para treinar. *CORAM*
    Apareceu uma forma de água no ar que, devagar, desceu para junto de nós. Estava fria, mesmo como eu queria, já tinha conseguido dominar a temperatura, uma coisa que me era difícil á umas semanas.
    -Toma, fresquinha.
    -Vejo que já dominas essa técnica. O Mestre vai-se passar, eu já nem me lembro do feitiço básico.
    -Ai, ai… Eu nem quero imaginar o que ele vai dizer, vais apanhar bronca! – Rimo-nos ao mesmo tempo e com gosto.
    -Queres treinar agora ou descansar?
    -Acho que por hoje já descan… - Bolas, agora que estava tão bem, o aviso, a lição ia começar. Desta vez, o cristal brilhava com mais força.
    -Deve ser uma aula “vital” como diz o mestre. – Riu-se.
    -Pois!, que achas que vamos aprender? Adoro estas lições, e os treinos também!
    -Vamos! Não me quero atrasar.
    Desatamos a correr para a floresta.”Ai, ai… Já não me lembro onde era…” pensei, procurando com os olhos em todos os cantos.
    -Então? Não sabes onde é? Esqueceste-te? – ele sorriu – Eu não, anda, põe o cristal á frente do nariz. – ri-me.
    Assim o fiz e, assim que o cristal começou a brilhar finalmente encontramos o esconderijo. Entramos, lá estava o Mestre, a Sara e a Nina.
    -Atrasados outra vez? Não importa, hoje vai ser uma aula muito, mas mesmo muito importante. – Disse o Mestre com uma cara tão séria que eu me comecei a rir.
    -Podem-se rir depois, para esta aula vamos necessitar de muita concentração. – Disse agora com um sorriso.
    -Ok. – Dissemos em coro.
    -Muito bem, oiçam a minha explicação com muita atenção. Sabem o que é um pérola?
    -Sim, uma pérola é uma jóia branca encontrada no fundo do ma… - Começou a Nina mas o Mestre interrompeu logo.
    -Errado, eu disse UM pérola, ok, pelos vistos não sabem, um pérola é um ser vivo, inteligente, criado pelos elementos de cada feiticeiro. Têm de estar muito concentrados e, isto vai consumir muita energia. Tenho aqui quatro salas prontas e totalmente equipadas para poderem invocar o vosso pérola. Mas primeiro, vamos treinar. Muito bem, Jason, tu primeiro, tens aqui esta mesa, quero que invoques o fogo e o moldes á tua escolha, mas cuidado, não queimes coisas.
    -Ok Mestre. *FORAX* – demorou cerca de um minuto para “fazer” o fogo, e depois moldou-o numa careta, depois numa pessoa e, novamente numa careta mas desta vez mais bizarra o que nos fez rir a todos, até ao Mestre.
    -Muito bem, mas demoraste um bocado a invocar o fogo, numa batalha não terás tanto tempo, terás de reagir rapidamente. Mas vá, é para isso que eu sirvo, para melhorar as vossas aptidões. Muito bem agora tu, Sara tenta tu. Tens ali uma semente naquele vaso. Fá-la crescer rapidamente e depois ao retira-lhe a sua essência e molda-a a teu gosto.
    -Sim Mestre. – Sara era a mais tímida, mas as suas capacidades eram deslumbrantes, ela, que passava a maior parte do tempo a treinar, e como se divertia! – *SZAD* – De repente do vaso saiu uma rosa que começou a crescer e a crescer, cada vez mais depressa depois de estar uma planta como deve ser, uma coisa verde alface, que parecia líquida, começou a sair da planta lentamente e moldou-se numa estátua, depois numa bola de futebol e finalmente no plano da escola.
    -Muito bem! , mas lembra-te disto, a essência magica de uma rosa é muito útil, mas pode-se transformar em veneno se a deixares muito tempo ligada á planta enquanto a retiras. Tem muito cuidado. Vá, a seguir? Nina!, vem cá.
    -Sim Mestre. – disse ela toda feliz, ela adorava exibir-se só que, como aquilo era mantido em segredo, não podia mostrar a mais ninguém a não ser a nós.
    -O teu poder é o mais fácil mas o mais difícil ao mesmo tempo, porque, podes invocar a luz do nada mas, se te desleixares, essa é capaz de cegar ou até matar. O que eu quero que faças é invocares a luz e criar um holograma teu. Ou seja, criares um reflexo teu e depois controla-o como quiseres.
    -Sim Mestre. *LZIN* – um pontinho de luz apareceu no ar, depois, foi ficando maior, e começou a tomar a forma de um humano até ficar igualzinho a ela.
    -Duas Ninas? Ai, isso vai doer! – Disse a o Jason sarcasticamente, rimo-nos e a Nina ficou com cara de má.
    -Jason não digas isso, até era bom ter duas Ninas! Mais pessoas simpáticas para conversar. – disse eu , para bom grado de Nina que começou logo a sorrir, acho que não percebeu que estava a gozar, mas vá, que se pode fazer? Era melhor assim, se ela não percebe-se, não implicava.
    -Vá meninos! Acalmem-se. Agora tu Teresa, quero que invoques água e que a moldes e depois, faz aquela coisa que eu te ensinei, vamos se andas-te a treinar ou não.
    -Sim Mestre. – disse a medo, eu não tinha treinado nada! E agora? Só esperava não fazer porcaria. Comecei.
    Apareceu uma gota no ar depois foi ficando cada vez maior, moldei-a num copo, depois num cisne e, finalmente consegui congelá-lo. Tinha conseguido.
    -Muito bem! , mas mostras-te uma hesitação. Não andaste a treinar pois não? Vá deixa estar, já estão prontos?
    -SIM!
    -Muito bem vão para as salas e invoquem o vosso pérola, precisam de se concentrar muito, pensem naquilo que querem, na sua forma e digam este feitiço:
    “Aqui te convoco, amigo especial, pérolas á dos cinco elementos, o meu vou criar, o meu amigo vou invocar!” (língua Anhrac)
    Lá fomos. Entrei, fechei a porta e sentei-me, estava nervosa, e se fizesse asneira? Concentrei-me, não liguei aos risos da Sara ou os pontapés na parede da Nina, simplesmente me concentrei. Primeiro uma gota depois milhares delas, concentrei-me, disse pérola para mim mesma várias vezes, disse o feitiço e de repente o cristal começou a brilhar intensamente desmaiei por instantes.
    Quando acordei senti algo em cima do peito. Um pequeno ser, azul claro, muito fofo, tão pequeno que cabia na palma da mão. Começou a gemer, um gemido tipo de um gatinho recém-nascido. Levantei-me e ele saltou para o chão. Era a coisa mais fofa que alguma vez tinha visto.
    Saí daquela salinha abafada com o “pérola” nas mãos. Era mesmo lindo, frágil, mas, ao mesmo tempo, intimidador, pois, olhava para ,mim com um olhar gelado.
    Quando saí da sala já lá estavam todos.
    -Mestre, eu, eu,… Fiquei inconsciente, isso é normal? – Disse Jason a medo.
    -Sim é normal. Não vos avisei para não entrarem em pânico. – respondeu e Jason ficou visivelmente aliviado.
    -Ai! Tenho tantas perguntas Mestre… -gritei excitada.
    -Antes de as fazeres vou explicar como os pérolas “funcionam”. Para os alimentar, têm de usar a energia do cristal. E somente o vosso cristal o pode alimentar. Quando tiverem fome começam a chiar e têm de se concentrar por 30 segundos para lhes dar de comer. Eles, nas primeiras semanas irão comunicar apenas pela mente, mas pouco. Daqui a um mês começarão a falar e daqui a meio ano… Bem, logo vêm – terminou a frase com um sorrisinho na cara. – E não vos vou dizer por mais que insistam. Quer dizer, só mais uma coisa, quando o pérola se sentir pronto irá dizer-vos o seu nome e se é macho ou fêmea, isso não irá demorar muito, se lhes derem bastante atenção e carinho, lembrem-se, eles ainda são bebés, mas, ao contrário de nós, eles evoluem mais rapidamente a mente do que o corpo. O resto das coisas vão descobrir sozinhos mas se houver um problema falem comigo.
    -Mestre, você não tem um pérola? – Disse Sara curiosa que até aquele momento estivera calada.
    - Sim, claro que tenho! Vewzy! Vem cá ! – um pérola branco como a neve apareceu a voar ao pé da cabeça do mestre.
    -Olá! Tenho-vos estado a ver-vos durante este tempo todo e conclui que são todos muito bons alunos. O meu nome é Vewzy, muito prazer em vos conhecer. - Disse rindo. A sua voz era suave e certa. Tinha umas assas brancas como ele e sorria muito.
    -Prazer! – Dissemos todos.
    -Bem , está na hora de irem. Até amanhã! – Disse o Mestre e despedimo-nos.
    _\_\_
    -Hoje foi altamente! – disse eu para o Jason enquanto caminhávamos para casa.
    -Sim , olá pequenote! – disse sorrindo para o seu pérola que o olhava, inocentemente. Era tão pequeno como o meu mas era vermelho enquanto que o meu era azul.
    -Bem até amanhã, eu vou tocar á tua campainha ou tu á minha de manhã? – perguntei entusiasmada.
    -Logo se vê, quem acordar primeiro vai acordar o outro! – disse rindo.
    -Então vens tu tocar á minha. – fiz uma careta e rimo-nos os dois.
    ………………
    Acordei mal ouvi o despertador, levantei-me e fui tomar banho. Vesti uma t-shirt, daquelas onde corta nos ombros, era a minha favorita, azul, vesti uns jeans e calcei as minhas all-stars vermelhas, pus ao ombro a minha mochila nova ( preta), penteei o cabelo e desci para a cozinha.
    -Bom-dia querida, pronta para o primeiro dia de aulas? – disse-me a minha mãe com um grande sorriso.
    -Absolutamente! – Dei uma dentada na minha torrada com geleia – Vai ser fantástico voltar a ver todos os meus colegas.
    Acabei de tomar o pequeno-almoço, despedi-me á pressa e fui a correr para a porta. Quando a abri lá estava Jason pronto para tocar á campainha.
    -Hoje despachaste-te! – Disse Jason sarcasticamente.
    -Vamos lá não quero chegar atrasada. – peguei-lhe na mão e comecei a correr arrastando-o.
    -Ainda só são 7h55… Mas gosto que me segures a mão dessa maneira. – Corei e larguei-lhe a mão. Não serviu de nada porque ele ma agarrou novamente, aproximou-se, cada vez mais… Beijámo-nos nos lábios, adorava beijá-lo mas ficava sempre muito corada e havia outro problema, sempre que nos beijávamos os nossos cristais brilhavam intensamente, mas não sabíamos porquê. Parecia que aquilo não iria acabar (não me importava) mas ele parou, agarrou a minha mão e fomos caminhando lentamente em silêncio.
    -Sempre que quiseres, beija-me, porque eu gosto. – Disse para espanto dele (e meu também, não sabia ser capaz de dizer algo como aquilo).
    -Eu também… - Olhou para mim com um sorriso, mas estava muito corado.
    -Mudando de assunto, já chegámos. – Disse olhando em frente, lá estava a escola, igual ao ano passado, mas nem tudo continuava o mesmo eu tinha mudado muito…
    -É fixe, pelo menos parece, mas vá não me queres mostrar a escola?
    -Sim, claro. Vamos para trás da cantina deve lá estar quase toda a turma! Estou ansiosa por os conheceres. – mal acabei a frase, comecei a correr e ele, que remédio, foi atrás de mim. – Que estranho, não está cá ninguém… Tens horas? – “8h05” disse ele – Ainda é cedo, bem quero-te mostrar as nossas diversões no intervalo. Anda!
    Parei em frente á pedra onde costumava escalar. Estava igualzinha!, mostrei-lhe como se escalava e subimos os dois, ficámos lá sentados de mãos dadas a conversar.
    -Depois de teres dito tanta coisa sobre os teus colegas, quero mesmo conhece-los! – Desabafou Jason. – Parecem ser tão fixes e simpáticos.
    -E são, mas ás vezes nem tanto… Mas isso é toda a gente, - sorri – menos tu… - ele sorriu também.
    De repente ouviu-se uma barulheira, era a turma do 6º…, agora 7º, B. Levantei-me e Jason também, fomos caminhando lentamente até lá, de mãos dadas a conversar. Aposto que o pessoal não me iria reconhecer, tinha mudado tanto no Verão, tanto fisicamente como em outras formas, eu era baixinha e rechonchuda, cara de lua cheia e cabelo curto. Agora era alta ( a mais alta da turma só de vista), elegante e com cabelo até ao meio das costas, todo ele perfeitamente encaracolado e também tinha mudado psicologicamente , e quanto ao resto, nem se fala…
    -Vamos ter com a Catarina e a Bárbara, estão ali, já te falei muito delas certo? – Ele anuiu com a cabeça – Então anda!
    -Olá meninas!, tudo bem? Como foram as férias? – Disse quando me cheguei ao pé delas.
    -Te…Ter… Teresa? – gaguejou Bárbara espantada. – Tás tão alta! Meu deus, o que andaste a comer? – rimo-nos todos.
    -Sim sou eu e este é o Jason, o novo aluno cá na escola e está na nossa turma. – ele sorriu alegremente, acenando, claramente embaraçado.
    -Oi, a Teresa está farta de falar de vocês! – Acabou por dizer.
    -Que saudades que eu tive de vocês!! – Abracei-as, com força. – Tiveram saudades minhas também?
    -Claro que sim! – disse Catarina sorrindo. – Espera até os outros te verem, principalmente a Mariana, vai ficar de boca aberta! É isso mesmo vamos ter com os outros!
    -Espera, eu só quero dizer olá aos outros… Tenho saudades para matar! – Disse com determinação. Mas nesse momento tocou para entrar.
    -Ai!, ouvi dizer que a nossa D.T deste ano é muito pontual é melhor nos despacharmos! – Disse para Jason. – Até já!! – Gritei para as outras.
    -Então? Nós também vamos ter aulas contigo, vamos juntos! – Disse Catarina.
    -Pois é! Esqueci-me que toda a turma escolheu Arte e francês, por causa de só quererem ir para música por causa do setôr Abel, só que não era ele que ia dar essa disciplina e que escolheram Francês, por causa de ser a nossa antiga D.T a dar essa matéria! – Expliquei a Jason.
    -Olha, Teresa, aquele não foi o toque de entrada do 2º ciclo? – Perguntou Jason.
    -Pois é! Nos entramos só daqui a 10 minutos, esqueci-me que agora estamos no 7º. – Disse envergonhada. – Então olhem, vou aproveitar para mostrar o resto da escola ao Jason, querem vir? – Eu não queria que elas fossem.
    -Eu não posso, tenho que ir á papelaria. – Afirmou Catarina.
    -Eu também não, tenho que ir ao Sase, por causa do cartão. – A Bárbara tinha-me contado por telefone que tinha partido o cartão nas férias, por que o deixou nas calças que foram á máquina.
    -Então está bem, eu vou sozinha – Era isso mesmo que eu queria. – Anda Jason, ainda não te mostrei o ginásio. Fomos caminhando lentamente até perdermos os outros de vista.
    -Também sentiste? – Perguntou Jason.
    -Sim, mas não sei o que foi, se calhar os pérolas têm fome. – Contactei mentalmente com o meu pérola para ele sair, Jason fez o mesmo. Eles saíram e subiram para o ombro de cada dono, mas não tinham sido eles.
    -Achas que foi o Mestre? Olha ele não te deu o número de telemóvel dele? – Perguntou Jason.
    -Sim, boa ideia vou telefonar-lhe! – Marquei o número e esperei, ele atendeu dizendo:
    - Oh! O sinal foi para me telefonarem, que eu não sei como funciona esta coisa. É assim, hoje depois do almoço vamos ter mais uma lição vital, eu não queria que fossem duas lições assim seguidas, mas tem de ser e não, repito, NÃO se podem atrasar.
    Desliguei o telemóvel, ia para dizer ao Jason mas ele tinha ouvido a conversa e percebeu, agora já estávamos mais calmos e fomos a correr, para ir ter com os outros mas tocou e fomos para o pavilhão B á espera da D.T. Entramos na sala em silêncio, eu e o Jason sentamo-nos na última secretária, para não darmos nas vistas. Mas a D.T estragou isso:
    -Em tantos anos, nunca vi uma turma ficar toda junta mas vá, então, esta turma tem um novo aluno, Jason podes vir cá? – Jason levantou-se e caminhou lentamente para junto da professora. – Este é o Jason, é um novo aluno e veio da América, tratem-no bem e façam com que ele goste desta escola. – Quando a D.T disse isto Jason olhou para mim com cara de quem queria fazer o comentário “Desde que aqui estejas…” mas não o fez. – Podes-te ir sentar, agora vamos fazer a chamada. – Afirmou a D.T e Jason foi-se sentar. Eu e Jason ficámos a conversar alegremente, mas baixinho até que:
    -Teresa! – Eu não tinha ouvido – Teresa! – Os meus colegas começaram a olhar em volta e parecia que não me viam (menos a Catarina e a Bárbara). – Quem é a Teresa?
    -Sou eu professora! Desculpe, não tinha ouvido – Disse levantando o braço. Os meus colegas (principalmente rapazes e a Mariana) olharam para mim estupefactos, aquela não era (pelo menos fisicamente) a Teresa que eles conheciam do ano passado. A professora continuara com a chamada e continuou com a aula, embora os alunos não lhe ligassem, continuavam a olhar para mim e eu começava a sentir-me desconfortável. Tocou para o intervalo e eu e Jason saímos rapidamente de mãos dadas para trás da cantina.
    -És mesmo a Teresa? Acho que não… - Disse Tânia olhando para a minha cara. – És mesmo tu, mas… Bolas!, cresceste, estás mais alta que eu. – Depois disse-me ao ouvido – E quem é esse pão a quem estás a agarrar a mão? – Corei.
    -É o Jason, a setôra já o tinha dito.
    -Não tola, é teu namorado?
    -S…Sim… -Disse agora muito mais corada.
    -Então vou deixar-vos sozinhos adeus!
    O resto do dia de aulas ocorreu sem mais abordagens desse género (porque eu me “escondia”), no final, eu e Jason fomos para juntos para casa, bem, para casa dele, porque ele me tinha convidado para almoçar e como eu não tinha ninguém em casa aceitei. Ele também não tinha ninguém em casa, ele próprio ia cozinhar. Entrámos, poisámos as mochilas ele agarrou-me a mão e levou-me para a cozinha.
    -Queres ajuda para alguma coisa? – Perguntei.
    -Bem, sim se faz favor, podes mexer o molho bechamel enquanto em trato do resto?
    -Claro! – Respondi pegando na colher.
    Depois de tudo feito, começámos a comer, estava uma delícia.
    -O que achas que vamos aprender hoje? – Perguntei.
    -Não sei… Olha, porque é que os teus colegas reagiram assim quando te viram?
    -Hummm… Porque no ano passado eu era uma bocadinho diferente… - respondi.
    -Pronto, deixa estar, eu também, sinceramente estou bastante diferente, vamos? Não me quero atrasar mais. – disse com o seu sorriso encantador.
    Lá fomos os dois, muito curiosos para saber o que iríamos aprender de novo naquele dia. Quando chegámos, cumprimentámos o Mestre e os outros.
    -Muito bem meninos, hoje vai ser uma aula especial, mas não tanto como a de ontem, primeiro preciso de falar com vocês sobre uma coisa séria, como, no verão durante os primeiros tempos, vocês não tiveram contacto com muitos da vossa idade e se sim, não muito e em actividades cuja acção física não era necessária, bem, agora que a escola começou, vão reparar que são bastante mais ágeis, rápidos, fortes… Tanta coisa em que são melhores que as pessoas normais! Pois bem, o que eu vos quero dizer, é que, não devem dar o vosso máximo e tentem controlar os vossos poderes, pois, vocês ainda são aprendizes, e se uma emoção forte vos invadir, podem acabar por usar os vossos poderes sem pretenderem. – Respirou fundo e continuou – Se tiverem problemas em se conterem, falem comigo e eu ensino-vos um feitiço que o evitará.
    -Mas Mestre, porque não nos ensina já o feitiço? – Perguntou Nina.
    -Porque eu não quero que o usem, esse feitiço irá diminuir as vossas capacidades durante um tempo, e eu prefiro que aprendam a controlarem-se sozinhos. Bem, agora vamos passar á prática pessoal!
    Depois da aula eu e Jason fomos para o campo onde treinámos um bocado.
    -*CORAM * - disse e logo a seguir apareceu á minha frente uma bola de água pequenina. – Anda, vamos jogar, chama o teu pérola! – disse para Jason.
    Assim o fez, e eu chamei o meu. Com carinho peguei-lhe e ele começou a gemer, desde o dia passado que ainda não tinha gemido e eu ainda não tinha experimentado dar-lhe de comer, por isso disse a Jason:
    -Olha, vê se não vem aí ninguém, ele está com fome, podes fazer isso?
    -Claro – Olhou em redor – Não vem aí ninguém, podes começar.
    -“ Coram ahdam phlor hzim” – entrei num transe, com o meu pérola na mão.
    De repente Jason começou a falar, mas eu não percebia, mas quando saí do transe ele disse:
    -Vem aí gente! Vamos rápido, trás a bola ou esconde-a.
    Assim o fiz e fomos os dois para minha casa, ficámos a conversar a brincar com os nossos pérolas um bocado e depois lá foi ele para sua casa, eu fui jantar e fui para a cama.

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    Traduções:
    Ahzas= asas
    Coram= água
    Forax= fogo
    Lzin= luz
    Szad= natureza
    Vewzy= nome do pérola do Mestre
    coram ahdam phlor hzim - Invoco o poder da água para o meu pérola alimentar
    Língua Anhrac- língua própria dos feiticeiros